Mobilidade e sustentabilidade são mais do que duas palavras que rimam. Seguem sempre juntas. Mas existe uma outra que, apesar de não rimar, andará sempre com ambas: economia. “Nunca se poderá tirá-la da equação ambiental”, disse-me um dia Carlos Pimenta, antigo secretário de estado do Ambiente e figura maior em energias renováveis e temáticas verdes. “As pessoas só se renderão às questões ambientais quando as sentirem na sua carteira”, acrescentou, então, nessa entrevista, há mais de 10 anos, mas atual como nunca.
Quando falamos de mobilidade, falamos de automóveis, claro, de elétricos, híbridos e plug-in, óbvio, mas também de gasolina e de Diesel, de hidrogénio; bem como de bicicletas, trotinetes e aplicações de partilhas de veículos. Falamos até de cidades e da forma como elas se preparam para a mudança em curso. E ainda de pessoas. E da forma como elas terão de adaptar-se às múltiplas formas de locomoção que promovam um ambiente mais limpo – ou mais limpo – mas que, ao mesmo tempo, sejam compensadoras do ponto de vista económico.
Por enquanto, as soluções ecológicas, nomeadamente, na indústria automóvel, ainda estão longe de ser democráticas. Envolvem custos exorbitantes para os fabricantes. E para os clientes, consequentemente. Pelo menos, no investimento inicial. Podemos pintar os números da cor que quisermos, de verde, se possível, mas, por mais circular que seja a economia (redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia), não haverá volta a dar ao lado económico (concreto) da mobilidade e da sustentabilidade. Do planeta e das pessoas.
Jorge Flores
Editor Executivo Motor 24