Veículos elétricos, serão uma moda?

Os Global Mobi Awards 2019, este ano patrocinados pela Prio, são mais um sinal de que os carros elétricos, pela sua maior visibilidade mediática, mas a generalidade dos veículos elétricos, vieram para ficar, não são uma moda passageira.

Vivemos tempos de mudança, de mudanças radicais não só na forma como nos movemos, nos deslocamos de um ponto para outro do território, como redesenhamos esse mesmo território, mas também, uma autêntica revolução, na forma como produzimos e armazenamos a energia elétrica, imprescindível, para o grau de desenvolvimento já atingido pela Humanidade.

Ouvimos e vemos, todos os dias reportagens sobre alterações climáticas, catástrofes “naturais”, muitas delas fruto da atividade humana, incêndios na Suécia, inundações na Índia, tornados em Moçambique, incêndios devastadores na Califórnia ou na Austrália, mas infelizmente também estas catástrofes já atingiram Portugal, todos temos bem presentes os devastadores incêndios de 2017 ou o forte tornado de 2018, sinais de que o clima está em mudança acelerada e que já nos bate à porta.

Os consecutivos alertas emitidos pelas Nações Unidas, os acordos firmados pelos diversos países (COP 21 em Paris), os programas nacionais de descarbonização das economias, as medidas restritivas de acesso aos centros das grandes cidades por parte dos veículos com motores mais poluentes, vão seguramente acelerar este processo de mudança na forma como nos movemos.

Estas são as razões que nos vão “obrigar” a mudar mais rapidamente, no entanto os motores elétricos são até cinco vezes mais eficientes que os motores térmicos, portanto com um consumo de energia muito inferior.

E aqui já entra a componente económica, o carro elétrico é mais eficiente, tem melhores desempenhos, tem custos de utilização e de manutenção significativamente mais reduzidos, representa de facto uma poupança significativa para os seus utilizadores.

Temos também o espaço público, a sua ocupação, o trânsito (engarrafamentos) nas grandes cidades, o estacionamento, a utilização individual (pouco racional) do automóvel. Os grandes desafios que se nos colocam, incluem os sistemas de partilha de carros, scooters, bicicletas ou trotinetas, as várias plataformas de mobilidade atualmente já em operação, a melhoria e eletrificação dos transportes públicos, com frotas de autocarros 100% elétricos já a operar em cidades como Braga e Coimbra, a construção de ciclovias nas principais cidades, as diversas aplicações que nos permitem, de uma forma mais cómoda, utilizar o meio de transporta mais adequado, célere e económico às nossas deslocações, a afirmação do telemóvel (smartphone) como a ferramenta imprescindível para nos movermos de um ponto para outro.

E todas estas mudanças, para serem bem sucedidas, exigem a utilização de veículos elétricos, que estão aí, cada vez com mais autonomia, com mais marcas e modelos, satisfazendo assim os gostos, as necessidades e a capacidade financeira de cada um de nós.

Um agradecimento ao Global Media Group, à Prio e aos mentores e dinamizadores destes prémios, Rui Pelejão e Robert Stussi.

É a Mobilidade Elétrica.

Henrique Sanchez,

Presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos – UVE