Dias 19 e 20 de setembro, realiza-se o Encontro Nacional de Veículos Elétricos 2020. A ação decorre na Praça do Império, em Lisboa, Capital Verde Europeia, este ano. As novidades serão muitas, mas o destaque vai para a apresentação oficial do Volkswagen ID.3. Henrique Sanchez, presidente da UVE, revelou-nos os pontos altos do evento do próximo fim-de-semana.
A edição 2020 do Encontro Nacional de Veículos Elétricos (ENVE) realiza-se entre 19 e 20 de setembro, em Lisboa, que, este ano, é Capital Verde Europeia. A iniciativa está integrada na programação da Semana Europeia da Mobilidade, cujo tema central é “Emissões Zero, Mobilidade para todos”. Com todos estes ingredientes, as expetativas de Henrique Sanchez, presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE, são muito “elevadas”, até porque é a primeira vez que o encontro acontece em Lisboa.
A pandemia provocada pela covid-19 e todas as situações de exceção daí decorrentes obrigaram a vários ajustes na organização. “Primeiro, a adiá-lo da data inicialmente prevista (25 e 26 de julho) para o próximo fim de semana, assim como a cancelar um conjunto de atividades para as famílias, os mais pequenos e os jovens, com vista à experimentação de um veículo elétrico. Além disso, todo o programa do ENVE 2020 se rege pelas normas de conduta em relação à saúde pública emanadas pela Direção-geral de Saúde, a saber: uso obrigatório de máscara, higienização frequente das mãos e dos equipamentos, corredores de circulação unidirecionais, ajuntamentos com um máximo de 10 pessoas, tudo isto a decorrer num espaço de exposição de 9.000 m2 e num espaço total do recinto, envolvendo zonas de carregamento, zonas de parqueamento de 40.000 m2, portanto, em condições para acomodar os visitantes e participantes”, explica.
Volkswagen ID.3 em estreia
A grande novidade deste ano é a realização do Media Day, exclusivamente dedicado à comunicação social, “que incluirá a apresentação oficial do Volkswagen ID.3, a entrega das primeiras unidades a clientes portugueses, bem como a apresentação ao público dos novos modelos, o Mazda MX-30, os Renault Captur e Mégane ambos PHEV, o KIA XCeed PHEV e o Citroën C5 Aircross PHEV”, avança Henrique Sanchez. “Teremos também novidades na área dos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME), em especial, envolvendo a EDP Comercial com quem a UVE estabeleceu um acordo de parceria estratégica, que visa acelerar a transição para a mobilidade elétrica em todas as suas vertentes, trazendo vantagens económicas para os associados da UVE”, conta.
“Teremos ainda a presença de outras novidades, quer de automóveis ligeiros de passageiros, de veículos de duas rodas, assim como de veículos de mobilidade elétrica suave”, acrescenta o presidente da UVE.
Todas estas novidades presentes no evento provam o grande dinamismo da associação, mas são também reveladoras do “crescimento de toda a fileira da mobilidade elétrica, o que é também verificável no aumento das vendas dos veículos elétricos, que após terem resistido à hecatombe das vendas que flagelou a indústria automóvel poluente, regressaram a crescimentos homólogos muito significativos”, afirma Henrique Sanchez.
Elétricos e a Covid-19
O presidente da UVE acredita que a covid-19 permitiu à sociedade ter um vislumbre do que poderá ser um futuro mais verde. “A situação pandémica que todos vivemos, em especial durante o estado de emergência, permitiu, pelas piores razões, é certo, que muitos de nós pudéssemos constatar pela observação real como seriam as cidades no futuro, sem veículos com motores de explosão interna, fossem a viatura particular, o transporte público, a aviação comercial ou os navios de cruzeiro e os cargueiros”, adianta. “A paragem brutal de todas as atividades económicas não essenciais, provocaram uma queda nos níveis de poluição que chegou a atingir os 50%, as grandes cidades ficaram mais limpas, o ar mais respirável, as cores mais vivas, passámos a poder ouvir o canto dos pássaros, no rio Tejo os golfinhos regressaram e aqui se mantiveram em grupos significativos durante vários dias, por todo o mundo assistimos à entrada no espaço urbano de diferentes espécies animais, javalis, veados, pumas, macacos, entre outros, que vieram ocupar o espaço libertado pelos humanos”, defende.
E acrescenta. “Pudemos ter uma pequena amostra real do que serão as grandes áreas metropolitanas no futuro, através da utilização de veículos elétricos, sejam para uso particular, transporte público coletivo, para redes de táxis e de TVDE, para uso partilhado, pela utilização de veículos de mobilidade suave, bicicletas, cargo-bikes e trotinetes elétricas, pelo andar a pé, pela redução do excesso de consumo de produtos não essenciais. Todos passámos a valorizar mais o ambiente, o ar puro, a necessidade de uma sociedade mais justa e equilibrada, e, para tal, podemos contribuir, entre muitas outras opções de mudança de hábitos, podemos começar pelo abdicar do consumo dos combustíveis fósseis e pela utilização de veículos elétricos”, sublinha Henrique Sanchez.
Atendendo ao contexto atual, a organização da ENVE 2020 não conta com recordes de presenças, por razões várias. “Restrições impostas pelas autoridades de saúde pública, receio de movimentação por parte de eventuais visitantes, menor oferta de atividades para as famílias e para os mais pequenos, no estrito controlo pela observância das normas de conduta anunciadas. No entanto, será uma manifestação de vigor e de crescimento de todo o setor da mobilidade elétrica em Portugal”, salienta o responsável.