Secretário de Estado da Mobilidade refere que adoção de comerciais elétricos terá de ser feita para se atingir neutralidade carbónica. Declarações no âmbito do Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente.
Na sessão de encerramento do Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente 2021, que decorreu online esta segunda-feira, o secretário de Estado da Mobilidade, defendeu a importância de se apostar em viaturas comerciais zero emissões, no contexto de mudança para um modelo de mobilidade elétrica mais sustentável.
Eduardo Pinheiro deixou a ideia de que o funcionamento inteligente da logística urbana passa pela substituição de viaturas de transporte de mercadorias a gasóleo por unidades elétricas.
“O sistema de mobilidade e de transportes tem um papel determinante para a competitividade económica dos nossos territórios e para a sua coesão social. Mas, apesar desse papel extremamente positivo, a mobilidade e o setor dos transportes em particular, tem um conjunto de efeitos negativos, nomeadamente o congestionamento das nossas cidades e ruas, a poluição tanto atmosférica como sonora, sobretudo nos centros urbanos e – muito importante – a questão das emissões de gases com efeito de estufa”, para as quais o setor dos transportes contribui com 25% em Portugal e na Europa, salientou Eduardo Pinheiro.
“Os comerciais são viaturas que fazem muitos quilómetros e é evidente o seu impacto ambiental”, diz o Secretário de Estado.
Nesse sentido, “temos de ter uma mobilidade inteligente que dê respostas às necessidades das pessoas”, projeta o governante.
Naquele que foi o 5º Fórum de Mobilidade organizado pela Nissan, o responsável governamental pela pasta da mobilidade declarou que foi com esse espírito que o Governo duplicou o montante previsto no Fundo Ambiental em termos de incentivo pela introdução no consumo de veículos comerciais de baixas emissões, o qual passou de €3000 para 6000€ para este género de modelos.
“É DETERMINANTE MUDARMOS AS VIATURAS QUE SÃO UTILIZADAS NA LOGÍSTICA URBANA”
“Acreditamos, e a pandemia veio reforçar uma tendência que já estavamos a assistir, que há, cada vez mais, uma logística urbana, de proximidade, para a qual é determinante mudarmos as viaturas que são utilizadas. A substituição por viaturas mais limpas é determinante. Daí o aumento para o dobro do benefício concedido [aos ligeiros de mercadorias, n.d.r.] porque aqui acreditamos que podemos fazer muita diferença”, sublinha Eduardo Pinheiro, lembrando o compromisso de neutralidade carbónica de Portugal até 2050.
No âmbito do Fundo Ambiental, o Executivo reservou 900 mil euros para apoiar a compra de comerciais elétricos. Serão, ao todo, 150 veículos que irão receber fundos do Estado, num máximo de um veículo por pessoa singular ou duas viaturas no caso de pessoas coletivas.
Em termos de apoios à logística urbana elétrica, Eduardo Pinheiro lembrou ainda os benefícios fiscais existentes, designadamente a possibilidade de dedução do IVA associado aos consumos elétricos para as frotas.