Gilda Caeiro, Diretora Jurídica e de Recursos Humanos da PRIO explica as políticas de recrutamento e recursos humanos da PRIO no pós-Covid.
Quais são os desafios da gestão de Recursos Humanos na era pós-Covid?
Após dois anos de pandemia o mundo laboral sofreu acentuadas mudanças, não só quanto à forma de organização do trabalho, a transformação digital e as necessidades dos nossos colaboradores. A PRIO tem colaboradores com situações laborais e geográficas diferentes, tendo sido necessário manter a proximidade de todos e dar resposta às suas maiores preocupações, adaptando-nos para garantir o seu crescimento profissional
No entanto, após dois anos de preocupação com a transformação digital para dar resposta em grande parte ao trabalho à distância, que embora continue a ser necessária, é muito importante olhar atentamente para a cultura da organização. É muito importante reforçar nos colaboradores o sentimento de pertença, propósito, união e comprometimento com a missão da PRIO.
É necessário dedicar tempo aos nossos colaboradores, a identificar quais as suas necessidades e a implementar medidas que vão ao encontro daquilo que são as necessidades da empresa com as necessidades das suas pessoas.
Atualmente, é imprescindível estarmos atentos ao bem-estar físico e psicológico dos nossos colaboradores. Um dos grandes desafios que temos pela frente é ter um programa de apoio para os colaboradores. Trabalhar no sentido de desenvolver uma rede de benefícios, parcerias e programas que promovam o bem-estar físico e mental. Nesse sentido, temos vindo a desenvolver todas estas vertentes através da nossa área de Responsabilidade Social Interna. Procuramos identificar todas as situações que careçam de apoio para ajudar na identificação de possíveis soluções. Temos promovido um conjunto de iniciativas destinadas a combater o burnout, conferimos acesso a apoio psicológico, a melhorar a saúde física, através de várias atividades, entre outras, sempre tendo em vista o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, um dos aspetos atualmente mais valorizados.
A situação atual tem trazido muitas alterações no mercado, provocando também maiores dificuldades na retenção das pessoas. Para combater essa situação, temos investido na formação e desenvolvimentos das competências dos nossos colaboradores. Reforçámos os nossos processos de recrutamento interno e avaliação de competências, permitindo que algumas das vagas sejam preenchidas pelos nossos colaboradores. Desta forma, estamos não só a investir nas nossas pessoas, permitindo-lhes crescer e progredir, mantendo-as motivadas, ao mesmo tempo que melhoramos a nossa retenção de talento.
Além disso, temos apostado em capacitar os nossos líderes com as ferramentas necessárias para melhor apoiarem as suas equipas, promoverem o seu desenvolvimento e bem-estar e ao mesmo tempo, conseguiram criar uma relação de confiança e colaboração.
Qual a importância de ter uma marca com valores reconhecidos para recrutar novas gerações?
As alterações no mercado de trabalho fizeram-nos procurar por novas formas de retenção dos colaboradores, com especial atenção para a retenção das gerações mais jovens, que procuram constantemente novos estímulos e desafios profissionais. É um desafio mantê-los motivados e envolvidos com a organização, no entanto, a PRIO é uma empresa inovadora e para isso é fundamental apostar no desenvolvimento de competências das nossas pessoas.
Para tal, a formação e o desenvolvimento de competências dos nossos colaboradores foram desde sempre um ponto crucial no nosso trabalho. Em 2021 lançámos a ‘Escola PRIO’, um projeto em que temos vindo a desenvolver cada vez mais e que tem reforçado a importância na partilha de conhecimento entre todos os nossos colaboradores. Desenhada a pensar especialmente no desenvolvimento de competências, com destaque para a formação interna através do know-how que fomos acumulando desde 2007, criámos uma bolsa de formadores para o desenvolvimento de novas competências onde potenciamos o crescimento dos colaboradores e procuramos soluções para responder aos vários desafios, incluindo os decorrentes da nossa dispersão geográfica.
Adicionalmente, na componente da responsabilidade social temos promovido ferramentas que permitem aos colaboradores, incluindo os que estão em teletrabalho, não descurar o bem-estar físico e mental. Foi através da promoção dos nossos protocolos com clínicas dentárias, oftalmologia, ginásios e terapeutas que reforçámos a nossa preocupação pela sua saúde física. Também nesta área promovemos um conjunto de iniciativas direcionadas para a sustentabilidade, em linha com os valores da PRIO, como a realização de workshops sobre o desperdício alimentar, aprender a reciclar, entre outros.
Aliada a estes valores não podemos deixar de destacar também a responsabilidade social externa da PRIO que também contribui para reforçar o interesse e o envolvimento com os nossos colaboradores.
Como competir num mercado global de recrutamento? Quais os desafios e necessidades das organizações?
A PRIO tem atividades e realidades de trabalho muito distintas, nas suas áreas de atuação. Até ao surgimento da pandemia, o teletrabalho quase não existia, mas esta veio impulsionar esta modalidade de trabalho e que mantemos até ao presente.
Perante a escassez de talento em determinadas áreas, é imprescindível oferecer como solução o trabalho a partir de casa ou, pelo menos, um modelo híbrido para podermos competir com a generalidade das empresas e para garantirque encontramos o talento que precisamos.
Depois de dois anos de pandemia, em que o teletrabalho surgiu como imposição, atualmente oferecer o teletrabalho ou o trabalho híbrido como forma de trabalho obriga-nos a adaptar os processos a este novo modelo de trabalho para que tudo possa funcionar, designadamente, é imprescindível o reforço da comunicação interna e continuar a o processo de transformação digital. É diferente ter o teletrabalho como uma imposição ou como uma faculdade atribuída aos colaboradores a longo prazo. A empresa tem que estar preparada para todos os processos funcionem e ao mesmo tempo continuar a garantir o apoio e o acompanhamento necessários.
Por outro lado, esta modalidade de trabalho também é muito mais solitária e também nos obriga reforçar as nossas iniciativas, nomeadamente na proteção da saúde mental, bem como continuar a promover momentos presenciais, para partilha de experiências, conhecimento e reforço do envolvimento com a organização.
Que atributos da marca/organização consideram os colaboradores mais importantes no momento de escolher?
No momento de escolher a PRIO, os colaboradores valorizam os valores da organização, enquanto empresa inovadora, preocupada com a sustentabilidade e com uma política de responsabilidade social externa e interna.
A PRIO enquanto empresa de energias do futuro para a mobilidade, tem investido no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis que sejam promotores de uma verdadeira transição energética. Desde o início da sua atividade que construiu uma fábrica de biocombustíveis e em todo o seu percurso continua a desenvolver projetos com soluções alternativas aos combustíveis fósseis. O facto da PRIO ser uma marca preocupada com um futuro mais verde é muito aliciante para os candidatos que identificamos nos nossos processos de recrutamento e seleção.
Por outro lado, no que toca à organização do trabalho, os novos colaboradores valorizam sobretudo a flexibilidade e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Também na gestão das nossas pessoas temos estes valores em mente e continuamos a trabalhar os nossos processos de modo inovador, melhorando processos, como o processo de acolhimento para os novos colaboradores adaptado às suas funções, seja na sede ou nos postos de abastecimento ou implementando novos projetos destinados ao desenvolvimento profissional dos nossos colaboradores, potenciando a sua motivação, possibilidade de progressão e realização profissional e pessoal. Nos últimos 2 anos trabalhámos 3 eixos estratégicos, fixados de acordo com estes valores: a transição energética, por forma a dar a conhecer a todos os colaboradores as soluções de transição energética que a PRIO está a desenvolver, e o seu enquadramento a nível nacional e internacional, a internacionalização, decorrente da alteração acionista, de modo a todos poderem adquirir competências para comunicar e estabelecer relações com colaboradores, clientes e fornecedores além-fronteiras e a União PRIO, trabalhando e potenciando as pontes entre as equipas e áreas de negócios para conseguimos melhores resultados globais.